sexta-feira, 7 de março de 2014

Palavras com Mulher...


No leito do rio entregas a tua nudez, despojada do corpo, mas nunca da alma, nas vidas que carregas entregas o mais precioso dos tesouros, a tua essência, o teu cuidar... 
Não viras as costas a uma luta, sentes o cansaço, mas não entregas as armas.
A tua bandeira, o Amor, a tua força, as fraquezas que escondes... dos teus olhos brota o mar revolto e calmo, conhecedor das paixões humanas, desiquilibrado num equilibrio fecundo de prazeres e sonhos hipotecados. 
Renuncias às vestes que já não se servem do corpo, envelheces feliz, sabendo que nada te deteve, mesmo quando abdicaste de ti... O teu Amor é maior, a tua fé inabalável, ficas suspensa nas palpitações de quem está viva e se recusa a morrer... Adormeces na serenidade de ser Mulher e acordas imensa.

Para uma Mulher!


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Palavras com Aceitação...


Aceito. Não por ter de aceitar, ou porque me imponham que o faça, aceito porque o meu coração me pede. 
Aceito porque quem fomos ontem, já não somos hoje e porque te continuo a olhar como igual, igual a mim, com medos, fragilidades e força. Na minha força encontro-te a ti, ainda te encontro a ti, aquela que és, que foste e serás... 

Não me peças para aceitar a tua submissão a algo que não és tu. Aceito a tua tranquilidade como aceito a minha. Aceito as tuas escolhas como se de mim falasse... 
Aceito o teu amor e devolvo-te o meu, mesmo que seja em palavras que às vezes pareçam duras... Só não aceito que te renegues para um plano distante de ti, isso não me peças para aceitar... Acabarei por fazê-lo, deixarei o julgamento de lado, sei que sim, acabará por acontecer. Mas mais uma vez te digo, não me peças para aceitar a falta de liberdade, mesmo que essa seja a tua vontade, não me peças para aceitar a tua infelicidade, nem me peças para aceitar ver-te perder de ti, porque isso não vou aceitar, mesmo sabendo que um dia o farei. 

Aceito as tuas lágrimas, aceito a tua alegria, aceito as tuas inseguranças e incertezas e aceito a tua verdade, aceito a tua fragilidade e aceito a vida que escolheres, aceito as tuas conquistas e as tuas vitórias, como aceitarei as tuas perdas e as tuas quedas, foi e será sempre assim... Aceito os caminhos que traçares e mesmo quando te parecer que não estou a aceitar, não te esqueças de procurar dentro de ti, porque é aí que continuo a morar...

Amo-te muito minha irmã e isso não deixarei de fazer... Aceita!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Palavras com Primavera...

Há uma primavera dentro de mim, nela não se agarram as coisas, as coisas descolam-se e deslocam-se num ritmo intermitente de cheiros e de pólen, nela não cabem alergias nem nevralgias... 
Há uma primavera dentro de mim que me aquece e cresce e me impele a mudar...
Há uma primavera dentro de mim que dança na floresta que não quer ser visitada...
Há uma primavera dentro de mim que não me impede de ser feliz, é feita de impulsos alegres e contagia quem se acerca dela...
Há uma primavera dentro de mim que floresce nos cantos inóspitos da terra, fertiliza os meus recantos mais sombrios e desabrocha a cada amanhecer...
Há uma primavera dentro de mim, onde não há espaço para mais invernos...


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Palavras com palavras...


Deixo as palavras para amanhã... Sim, deixo as palavras para amanhã... Porque não as solto hoje e lhes dou a força dos que não duvidam!? Não, prefiro deixá-las para amanhã...
Hoje soariam ocas, não as ouviria ou tirava-lhes a verdade de serem palavras, guardo-as para amanhã... 
Amanhã continuarão a ser palavras desprovidas de sentido, mas prefiro escrever amanhã.
Hoje não, hoje não tenho palavras... gastei-as no bater do coração, tirei-lhes a vida, hoje não passariam de palavras. Amanhã... amanhã já não existirão as palavras, por isso, deixo isso das palavras para amanhã.


sábado, 11 de janeiro de 2014

Fotos com Palavras... "Winter Silence..."



Não temo o tempo, nem o vento que grita lá fora.
Não temo se me perco ou se me encontro. 
Não temo se ouves o meu grito e o que calo. 
Não temo que as horas passem depressa ou que não as sinta a passar.
Não temo o temporal que se abateu sobre nós. 
Nada temo, porque nada há para temer...